sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Rally dos Sertões começa neste domingo e catarinenses tentam superar mais de 2,6 mil quilômetros em desafios

Segundo maior rali do mundo ocorre entre os estados de Goiás e Minas Gerais e conta com 1,5 mil quilômetros cronometrados.
O lageano Gustavo Gugelmin já venceu provas na Espanha, Itália, Portugal e se sagrou campeão mundial de Rally Cross Country no ano de 2012. No entanto, o maior sonho do navegador ainda está para ser realizado: vencer o Rally dos Sertões, no interior do Brasil. A partir deste fim de semana, ele vai para a sua sexta tentativa.
— O piloto tem que confiar 100% no navegador. O roteiro diz que vamos de uma cidade a outra, mas não sabemos por qual caminho. Só vamos descobrir à noite, quando recebemos o mapa relativo ao dia seguinte. Lá mostra se há pontes, curvas perigosas, pontos de risco. Se encontrarmos uma bifurcação, tenho que entender pela planilha qual é o caminho certo a seguir, senão nos perdemos e somos penalizados. E tudo isso da forma mais rápida possível, até 180 km/h. Esse é o papel do navegador, é metade da visão do piloto — explica Gustavo.
Pela frente, a dupla enfrentará estradas de terra, chão batido, trilhas, poeira, lama, cascalho, pedras, rios. Na média, os participantes percorrem 382 km por dia, entre deslocamento e especiais (trechos cronometrados), mais de oito horas extenuantes dentro do carro. Um dos trajetos mais difíceis promete ser a sexta especial, com 159 km de pura Serra do Espinhaço.
— Este ano não vamos passar pelas dunas do nordeste, estou esperando mais trechos de terra, de estrada fechada, um terreno mais duro e rápido.
Para se alimentar, barrinhas de cereal, água, isotônico (sem exagero, para não dar vontade de ir ao banheiro). E assim que é dada a largada para a especial, não param nem para ir ao banheiro - se o trecho for muito longo, recorrem a fraldas. Refeição completa só no fim do dia, quando os competidores ganham um momento de descanso e quem passa a trabalhar são os mecânicos da equipe. O desgaste é imenso, mas não se trata de obrigação profissional, e sim um hobby. O catarinense de 31 anos na verdade é empresário do ramo de importação e distribuição de peças.
— Gosto da velocidade, do motor. Do desafio de não saber o caminho, ter que andar no limite, com a adrenalina sempre lá em cima. Sou motivado pela adrenalina. Meu maior sonho é conquistar o Rally dos Sertões. Este ano é possível, estamos com um carro muito bom, chegou do exterior na semana passada, bem competitivo, para ficar entre os três primeiros lugares.
Fonte: http://diariocatarinense.clicrbs.com.br/sc/esportes/noticia/2014/08/rally-dos-sertoes-comeca-neste-domingo-e-catarinenses-tentam-superar-mais-de-2-6-mil-quilometros-em-desafios-4580734.html